sábado, 21 de agosto de 2010

Filosofia de Boteco


Sei lá! Estou aqui tomando umas brejas e ouvindo Chico.
De repente começo a pensar nas letras que ouço – aquelas do Chico.
Aí me vem toda aquela coisa do golpe militar – da ditadura...sei lá!
Aí o pior, começo a pensar no atual cenário político nacional...eleições.
Inevitável pensar que, apesar de todas a mazelas da ditadura, vejo algo de bom.
Tínhamos o Chico, o Caetano, o Gil, outros que me falham à memória – não esqueçam, estou tomando umas brejas – Mas e hoje? Temos o quê – musicalmente falando.
Mas vamos ao que interessa: o Serra está tomando uma lavada, segundo a pesquisa do Datafolha de hoje. Se a eleição fosse hoje, seria decidida no primeiro turno, e claro, daria Dilma.
Olha só, a próxima “presidente” do Brasil seria uma das tantas pessoas que se enaltecem de ter “lutado contra a ditadura.” – pela DEMOCRACIA!!!!
O que isso significa? Não sei.
Há algum significado nisso? Também não sei.
Será que a maioria dos eleitores sabe o que isso significa? Provavelmente não.
Digo por mim. Parece-me que há um “emburrecimento” da população – do eleitorado.
Houve um tempo em que, com certeza, vislumbrar Dilma como presidente, ou mesmo Lula, seria o ápice da esquerda no Brasil, mas, e hoje? Sei lá!
A “sedizente” esquerda é uma grande piada! Realmente existe?
Filosofia de boteco? Talvez seja.
O PT, antes de assumir o poder, no mínimo era uma oposição organizada – de fato.
Mas, e o PSDB? Quando deixou o poder foi oposição? Nem pra isso serviu!
Bom frisar que não sou “petista”. Mas, algumas indagações são inevitáveis.
Seja o que Deus quiser! Ou o que o PT quiser!
Preparemo-nos para mais quatro anos de PT – ou mais.
 


                                                                                   amigo inconveniente

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

A Última Ceia

Já não suportava mais aquela dor.

O abdome lhe doía com tanta intensidade que o estava levando à loucura.

Não se lembrava mais quando fora a última refeição. Perdera a noção de tempo e espaço.

A fome era excruciante. Ouvia suas entranhas suplicarem por pão.

Ali no chão, encolhido junto à parede, contorcia-se.

A lucidez há muito o abandonara.

Imagens desconexas surgiam em sua mente como slides projetados. Não entendia.

A mente gritava: Fome!

O corpo implorava: Morte!

Em seu delírio, arrastou-se até o caixote. A mão trêmula apanhou a única faca.

Com muito esforço, despiu-se.

Enterrou a faca na magra coxa. Cortou-lhe um pedaço, levando-o à boca.

A fome era tamanha, sequer mastigou.

Prosseguiu a automutilação.

Mais um pedaço. Desta vez saboreou.

Nunca experimentara nada parecido.

Apreciou a iguaria.

Entregou-se àquela refeição.

A última de sua vida.

renato duran