quarta-feira, 27 de abril de 2011

Para Você

Algum tempo já se passou e você não me deu notícias.
No início a expectativa era grande. A ansiedade quase me consumia.
Mas, hoje, às vezes vem você à minha lembrança.
Nesses momentos a curiosidade me toma:
Por onde andará você?
Estará você ainda viva?


Interessante avaliar como o tempo age.
De início, parecia que não suportaria.
Como sofri!
Então, os dias foram passando, tornando-se meses, anos.
Hoje, em momentos como este em que a lembrança me traz você,
Curiosidade é o que sinto.

O tempo é o melhor remédio!
É o que dizem.
O tempo, associado à distância, somado à ausência,
É o que funciona.
Há aqueles que falam sobre uma tal ausência presente.
Aí, não adianta tempo, distância, nada.

A ausência presente é a condenação à pena perpétua.
Para esses, o tempo não existe.
E se não existe o tempo,
Não existe o ser.
Àqueles condenados a esta pena,
Resta apenas a morte física.

Surpreendo-me com esses meus devaneios.
Somente quando a lembrança me traz você,
Eles me ocorrem.
E eu fico assim:
“Meio babaca”.
“Meio idiota”.

Aí, eu escrevo o que me vem à cabeça.
Talvez na esperança que você algum dia leia
E, quem sabe, mande notícias.


                                                                            renato duran