domingo, 11 de dezembro de 2011

Ave Maria da Rua


No lixo dos quintais
Na mesa do café
No amor dos carnavais
Na mão, no pé, oh
Tu estás, tu estás
No tapa e no perdão
No ódio e na oração


Teu nome é Yemanjah (Yemanjah)
E é Virgem Maria
É Glória e é Cecília
Na noite fria
Oh, minha mãe
Minha filha tu és qualquer mulher
Mulher em qualquer dia

Bastou o teu olhar (Teu olhar)
Pra me calar a voz
De onde está você
Rogai por nós
Ooooh, Ooooh!
Minha mãe, minha mãe
Me ensina a segurar
A barra de te amar

Não estou cantando só
Cantamos todos nós
Mas cada um nasceu
Com a sua voz,
Ooooh, Ooooh!
Pra dizer, pra falar
De forma diferente
O que todo mundo sente

Segure a minha mão
Quando ela fraquejar
E não deixe a solidão
Me assustar
Ooooh, Ooooh!

Minha mãe, nossa mãe
e mata minha fome
Nas letras do teu nome
Ooooh, Ooooh!
Minha mãe, nossa mãe
E mata minha fome
Nas letras do teu nome
Ooooh, Ooooh!
minha mãe, nossa mãe
E mata minha fome
Na glória do teu nome.

raul seixas

sábado, 10 de dezembro de 2011

Diferentes


Você me diz que somos diferentes
Você me diz que não temos nada em comum
Você me diz não saber porque estamos há tanto tempo juntos
Você me diz tantas coisas...



Eu ouço. Eu me calo
Tento argumentar, mas não dá
Eu me revolto
Com a sua intransigência.

Eu me recolho em mim mesmo
Pra não fazer besteira
Aprendi isso, nesses anos todos
Foi um difícil aprendizado.

Mas, cá estou
Em processo de racionalização
O cérebro não pára
Verdadeira ebulição.

Comum
Diz-se de uma coisa que pertence a todos
No caso, nós
Nós...

Nós, primeira pessoa do plural
Mais de um
Eu e você
Portanto, nós.

Homem e Mulher
Seres distintos da mesma espécie
Distintos...
Diversos, diferentes, que não se confundem com o outro.

O outro
Distinto, diferente
Você tem razão, somos diferentes
Distintos.

Mas, mesmo assim, continuo a seu lado
Mas, mesmo assim, desejo ficar a seu lado
Desejo viver a seu lado
Desejo morrer a seu lado.

renato duran 

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

O Bando está mais Louco do que nunca!

Secadores de plantão, vocês vão aparecer dessa vez? Vão continuar falando de libertadores? É isso que vocês têm a dizer pra tentar "anular" um titulo brasileiro do Corinthians? Vão falar que tem mais títulos brasileiros e da libertadores? Bom, espero que leiam o que tenho pra dizer até o fim. A primeira coisa que meu avô (83 anos) me disse quando viu a festa da torcida na avenida foi: "Pode juntar todas as torcidas pra comemorar LIBERTADORES que eles ganharam.. mas essa festa aqui é de uma torcida só e não importa se é Brasileirão ou qualquer outro campeonato, é a maior festa!". Nossa torcida vibra do começo ao fim, ganhando ou perdendo. Quantas vezes você saiu da frente da TV quando seu time estava perdendo? Pois é, nós CORINTHIANOS nunca deixamos de vibrar até o fim! Então, antes de TENTAR menosprezar esse título, PENSE: Nossa torcida é a que mais incentiva e empurra o time mesmo nas derrotas. E por ironia do destino, um dos maiores ídolos do time se foi no mesmo dia do título, Sócrates.. um mito. E desde o começo, jogadores com os punhos fechados para o alto, em referência ao gesto imortalizado pelo "Doutor", deixamos nossa homenagem. Que Libertadores? Que estádio? Não temos nada disso. Mas que torcida acompanha um time que não tem um título de tanta expressão? É fácil responder pra quem é Corinthiano de verdade. Nossa paixão pelo time supera tudo. A raça, a vontade e a vibração. Se quer moleza, vai torcer pro Barcelona. PARABÉNS CORINTHIANS! VOCÊ É CAMPEÃO BRASILEIRO DE 2011.

Fabrício Cervigni  

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Era uma vez um coelhinho

Em um mundo bem distante
Mas tão distante, que só o pensamento pode alcançar
Eis que surgiu um coelhinho
Peludo, feliz e alegre
Pelos campos a saltitar.

E o coelhinho estava sozinho.

Depois de algum tempo
Sentiu-se solitário
A alegria foi embora
E a tristeza logo chegou.





Ainda embriagado pelo sono
Surgiu um vulto em sua frente
Aquele vulto lhe perguntou o que faltava para sua alegria voltar
E o coelhinho então disse:
Não sei, talvez, com quem brincar.

Depois daquele momento
O coelhinho refletiu
Concluiu que era loucura
Aquele diálogo, nunca existiu.

Continuou em sua tristeza
A saltitar pelos campos
Porém a noite chegou
E o sono o dominou.

Sentiu então o coelhinho
Como que algo a lhe cortar
E do seu lado esquerdo
Alguma coisa retirar.

Mas a canseira era tanta
Que somente no outro dia foi acordar
Então viu ao seu lado
Um outro coelhinho a saltitar.

Saíram então os dois pelos campos a passear.
E ele sempre a observar:
O outro coelhinho era diferente
Parecia flutuar.

A alegria logo retornou
E os coelhinhos a brincar
Então eis que surgiu uma voz
E começou a asseverar.

De tudo que aqui está
Vocês podem utilizar
Só não comam daquelas cenouras
Que estão a se multiplicar.

E os dias foram passando
E os dois sempre a brincar
Mas como nada é perfeito
A tristeza começou a voltar.

Então o outro coelhinho determinou:
Vamos comer as cenouras!

O primeiro ficou atônito
Não sabia o que falar
E nesse impasse
O outro começou a devorar.

Sem saber bem o porquê
O primeiro também começou a comer.

Depois de saciados
Sequer podiam se mover
Tiraram então uma soneca
Pra um novo alvorecer.

Acordaram então os dois
Depois de um longo adormecer
Olharam-se nos olhos
E aí puderam ver.

Logo aquela voz surgiu:
O que é que você fez?
Desvirtuou minha obra-prima
Agora, está por conta de vocês!

Aí os coelhinhos
Foram expulsos daquele lugar
Começaram então
A se multiplicar.

E aquele mundo
Onde só havia um coelhinho
Começou a aumentar
Logo eram muitos, àquele mundo povoar.

Percebeu-se que as regras
Nem sempre são pra ajudar
Fórmulas, rimas e campos floridos
Podem e vão nos limitar.

amigo inconveniente 

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Ave Maria

Carregas em teu ventre meus filhos
Pedaços de mim
Crias minhas
Tornaste-te minha mãe querida.

Deus te abençoou, Deus me abençoou
Bem vindos o fruto do teu ventre
Bendita és tu
Bendita sempre fostes.



A escolhida
A predileta
A amada
Por mim.

Somente tu és capaz disto
Tornar-me Homem
Somente tu és capaz disto
Tornar-me Pai.

Benditos sejamos nós
Benditas sejam nossas vidas
Benditas sejam as vidas que geras
Bendito seja Deus.

renato duran

sábado, 12 de novembro de 2011

O Poema

A parede que virou uma porta
que virou uma caixa
que virou uma janela.

A janela pulou
e o vidro se quebrou.
A rosa que estava no jardim adormeceu.

O poema é a vida
A vida que é amor
Quando a vida se põe
a graça se vai.



Ana Lívia

Conta

Madrugada a dois,
às três da manhã
de quatro!
De cinco maneiras
e seis longos beijos.
Às sete, despedida
de oito minutos.
Às nove de volta.
Nem conto até dez
e a saudade já se faz conta
por que tendem ao infinito
os nossos beijos!!

Fabrício

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Relação II

Então você chegou
Eu ali, chateado
E teu sorriso me contagiando.


Somente você é capaz disso
Tirar-me da prostração
Fazer com que meu dia valha algo
Mesmo sendo o pior deles.


Talvez seja este o grande segredo


Sua capacidade de dar sentido
Àquilo que parece não ter sentido algum.


A minha vida!


Se há uma mágica na vida é isto
O amor
Ele sustenta, ele alimenta, ele conduz.


Talvez seja ele o que torna a vida
Suportável.


renato duran

Relação

Então ela chegou
Meio estranha, meio esquisita
Parecia ter bebido, ou algo assim.

Não disse nada, também nada falei
Ela se sentou, esticou as pernas
Ficou ali parada.

Fiquei de boa
Não puxei assunto
Ela também não.

Na TV passava alguma coisa
Não sei o que era
Duvido que ela soubesse.

Ali ficamos, por horas
Sem uma palavra, sem nada dizer
Sem ter o que falar.

renato duran

domingo, 18 de setembro de 2011

Manuella

Manu
Manu...é
Manuella.

Ella, simplesmente, ella.

A doce alegria de ouvi-la chorar pela primeira vez
A doce alegria de recebê-la
A doce alegria de estar ao seu lado quando chegou.

Chegou a este mundo
Com todas as suas mazelas
Com todas as suas dúvidas.


Mas, o mundo que temos
A vida que temos
As alegrias que temos
É você! Nada mais importa.

Pedir a Deus que a abençoe é besteira
Pois já nasceu abençoada
Pedir a Deus que a proteja
Pra quê? Você nos protegerá!

Linda, simplesmente, linda
É o que você é
Um anjo a habitar entre nós
Um anjo! Meu anjo!

O mecanismo do amor não é pra explicar
O amor, simplesmente, é
O amor, simplesmente, o amor
Isso! Nada além disso!

E basta por si só
Basta em si mesmo
Sem explicações, sem definições
Somente amor, é o que você é.


renato duran

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Leteu

Expiras o fétido
Salivas o fel
Discorres veneno
Feres ao léu.

Rastejas no lodo
Serpente Maldita
Pérfido é teu ser
Dissimulada, tua lasciva.

Teus olhos, o Fogo
Teus braços, Armadilha
Teu corpo a Chama
Em que o meu, suplicia.

És o Algoz
D’uma alma consumida
Ardente paixão
Daquelas que desatina.

Ao inferno condenaste-me
Vil ser peçonhento 
Mas antes, o céu mostraste-me
Aumentando o sofrimento.

renato duran

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Lavadeira

Pés descalços
Joelhos dobrados
O diminuto vestido
As coxas mostrava

À beira da ribeira
Lavava a sujeira
Dos trapos migalhos

Braços nus, ágeis
Um segurava, o outro esfregava
O corpo todo na mesma cadência
A carne vibrava.

Os seios
Prisioneiros no justo decote
Iam e vinham
Libertando-se do cárcere.

Vez por outra
A mão molhada na testa
Cabelos esvoaçados
Breve intervalo.

Retornava à lida
Braços, coxas, seios
A cadência...


renato duran


quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Uma Vida Caridosa


O sol já ia alto e ele ainda não se dera conta de como tudo aconteceu. Saíra de casa, como fazia todas as noites, para ir ao boteco da esquina tomar uns goles e jogar conversa fora.
Entre uma cachaça e outra, a prosa fluía animada, viajando da política ao futebol, passando pelos acontecimentos do bairro e como não podia deixar de ser, mulheres. Num lugar onde só há homens, jamais poderia faltar mulheres, mesmo que em conjecturas.
Foi justamente quando a conversa chegou neste tópico que o sujeito que estava sentado à uma mesa no canto e até então não pronunciara uma só palavra, falou sobre a Silvinha, a filha da Dona Madalena.
Fez-se um silêncio absurdo e todos olharam para o rapaz, que até aquele momento ninguém notara.
Ele então bebeu a dose em um só gole e repetiu o que acabara de dizer: –  vira a Silvinha, uma madrugada dessas, lá no centro, com roupa de vadia, entrando num carro de bacana.
Silvinha era a filha mais nova de Dona Madalena, uma senhorinha que todos, ali no bairro, adoravam. Dona Madalena, depois de criar os filhos, dedicara-se a abrigar crianças abandonadas que eram deixadas à sua porta, recebendo de todos os moradores admiração e singelas contribuições para manutenção de sua obra. Agora, aquele sujeito vinha com aquela conversa de que Silvinha era puta?
Notava-se indignação e fúria nos olhares de todos no boteco fuzilando o rapaz que parecia não se importar com aquilo. E mais uma vez o rapaz disparou: – já fazia algum tempo que descobrira a vida dupla de Silvinha. Durante o dia ela ajudava Dona Madalena a cuidar dos desafortunados e, à noite, ia lá pro centro entregar-se aos prazeres da carne.
Disse ainda que foi por acaso que descobrira. Certa vez estava com dinheiro no bolso e resolveu comprar um pouco de prazer. Foi à “Rua das Moças”, onde flagrou Silvinha com um vestidinho bem curto e os peitos praticamente de fora, entrando naquele carro de “boy”.
A revolta foi geral e todos, de uma só vez, investiram contra o rapaz. Os mais exaltados chegaram a desferir-lhe alguns tapas.
Seu Raimundo, o dono do boteco, interveio e determinou que ali no seu bar ninguém bateria em ninguém, quando o rapaz, em sua defesa, ponderou que se quisessem, levaria a todos até a “Rua das Moças”, para provar que não estava mentindo.
Dos que estavam no boteco, os mais exaltados aceitaram a proposta do rapaz, alertando-o de que, caso fosse mentira, ele apanharia até a morte. Saíram então, num grupo de seis contando com o rapaz, e foram até a “Rua das Moças”.   
A “Rua das Moças” ficava no centro da cidade, atrás da igreja matriz e tinha uns duzentos metros pouco iluminados. Havia ali cerca de vinte mulheres, todas de salto alto e com o corpo à mostra, oferecendo a quem pudesse pagar, a satisfação de sua lascívia.
O grupo passou a caminhar pela rua e logo o rapaz indicou uma das moças dizendo que era a Silvinha. Pela pouca iluminação que havia e talvez por nunca terem visto Silvinha vestida daquele jeito, inicialmente houve uma hesitação por parte do grupo, que somente a reconheceu de fato quando se aproximou.
Silvinha foi cercada pelo grupo e somente depois de alguns segundos reconheceu aqueles homens. Sentiu o ódio no olhar de cada um a ferir seu corpo como se fossem facas a penetrá-lo. Tentou dizer alguma coisa, mas foi impedida por um soco que lhe atingiu a boca. Seu cérebro estremeceu dentro do crânio e o sangue quente escorreu-lhe da boca.
Ao som de xingamentos – biscate, puta, vagabunda – foi agredida com tapas, socos e chutes que atingiam todo o seu corpo. Sucumbiu e caiu no chão. Continuou a apanhar, mas já não conseguia pensar, apenas sentia a dor de cada golpe recebido.
As agressões somente cessaram quando se ouviu ao longe a sirene de uma viatura, fazendo com que o grupo saísse do transe em que se encontrava e cada um fugisse rapidamente do local.
Quando a polícia chegou, Silvinha estava caída no chão, mergulhada em uma grande poça de sangue. Uma ambulância foi chamada e o cadáver fora removido.
Durante o velório, Dona Madalena debruçara-se sobre o caixão chorando e lamentando não somente a morte da filha, mas como conseguiria, de agora em diante, cuidar de todos aqueles filhos desafortunados que ao longo dos anos foram deixados à sua porta.

renato duran

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Daybreakers (2019 - O Ano da Extinção)

Gênero: Ação, Terror, Ficção Científica e Suspense
Duração: 102 min.
Origem: Austrália e Estados Unidos
Direção: Michael Spierig e Peter Spierig
Ano: 2009


O filme é interessante e sugere muitas coisas, propiciando a cada um “viajar” o quanto quiser.
O fato de a epidemia ter se iniciado através de um único vampiro e a opção dada aos humanos de se “integrarem” ou não àquele mundo.
O surgimento de uma subespécie de vampiros provocada pela escassez de sangue e pela iminente extinção de humanos (alimento/água).  
A busca pela cura, por corporações de pesquisas, para obtenção de poder e lucro e outras alfinetadas na sociedade capitalista.
Os idealistas, que lutam pela salvação/preservação da espécie humana e a cura sendo obtida através da ação do sol, que processa/purifica o sangue contaminado.
A redenção e o retorno à condição de ser humano sendo oferecida a todos através do sangue daqueles que foram curados/purificados.
Ou ainda, apenas por ser mais um filme de vampiros, já que está em alta, vale à pena assistir.

amigo inconveniente

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Queimada

Eu vindo lá das bandas do Glicério
Parei na pista a espiar
Um canavial ardia em chamas
A cana a estalar

Imaginei naquele momento
O mundo a incendiar
Quanta dor, quanto lamento
O fogo pode causar

Mas, mesmo assim, havia beleza
Num arder de assustar
O fogo lambendo a terra
A impotência a se mostrar

Aquela força liberta
O poder a se alastrar
O fogo lambendo a terra
Não há como se safar

Imaginei então os bichinhos
Desesperados a debandar
Não havia escapatória
Senão ao fogo se entregar

Quanta tristeza me doeu
Naquele momento a espiar
Quantas vidas ali ardendo
E o fogo a se espalhar

A tristeza e a beleza
Começaram a guerrear
Prostrei-me de joelhos
Pedindo ao céu para chorar

renato duran

domingo, 10 de julho de 2011

Vida

- Você não se controla em nada
Você se mata, me mata
Isso é um absurdo!

- Você é compulsivo
Pra quê isso?
- Esse cigarro acaba comigo!

- E sua saúde?
- Você está se destruindo!
- Você vai morrer cedo!

Morrer cedo
O que é isso?
Morrer jovem ou morrer quando ninguém espera?

Morrer, viver
Qual a diferença?
Você vive?

Qual a realidade da vida?
O que é vida?
Existe algum significado nisso?

Uns podem dizer que viver é ganhar
Outros podem dizer que viver é perder
Outros, ainda, podem dizer que viver é viver, simplesmente.

Mas quem sabe de fato o que é?
Eu não sei, você sabe?
Duvido!

Você se sente alguém realizado por que venceu na vida
Parabéns!
Você realmente venceu na vida?

A quê você resumiu sua vida?
Dinheiro, poder, posses
Legal, seja feliz!

Mas, e lá no fundo
Você é feliz?
Tomara!

Do fundo do meu coração o que desejo é que
Realmente
Você seja feliz!

Porque eu?
Eu não sou
Quem me dera ser algo!

Acredito que exijo demais da vida
Talvez eu seja um romântico
Sempre esperando algo mais da vida.

Talvez a vida não seja nada que valha à pena esperar
Talvez a vida não seja nada
Talvez a vida seja, unicamente, a respiração.

O processo de inspirar
E expirar                                                           
Oxigênio.

A vida é o oxigênio
Tire ele e acabou
A vida. Acabou!

Chega, é muita piração!
A vida talvez não mereça isso
Deixa rolar.

“Deixa a vida me levar
Vida leva eu
Deixe a vida me levar
Vida leva eu.”

amigo inconveniente

domingo, 3 de julho de 2011

Devaneios às 5 da Manhã


Sempre o tempo
Com sua inexorável arbitrariedade
Impondo seu limite
Os segundos que não param.

O que são horas
Senão as somas dos segundos
Resumindo a vida
Ao tique-taque em meu pulso.

A frustração de ser mortal
De tudo ter um início e
Um fim
O nascimento, a morte.

A alegria
E a dor irreparável
O contraponto sempre injusto
A dualidade desnecessária.

Porque não eternizar os momentos?
Porque não amar eternamente?
Porque não dizer não à morte?
Porque não viver pra sempre?

A eternidade de um momento
O chamado da realidade
O que é real?
E o que não é?

Dormir. Acordar
E o acordar realmente o é?
Acordar pra quê?
O renascimento sempre doloroso.

A realidade sempre nos chamando
Limitando-nos a seus horários
Não quero mais isso
Quero a liberdade de não ser.

Quero a liberdade de eternizar esse momento
Quero a liberdade de esquecer quem sou
Quero a liberdade de viver
Quero a liberdade de amar.

Amar cada segundo de minha vida
Amar o não e amar o sim
Amar a paz e amar a guerra
Amar a vida e amar a morte.

Amar todos os momentos
Amar tudo que essa minha vida insignificante
Me dá
Amar a mim.

Entre um gole e outro
Os pensamentos vão
E voltam
E eu aqui ouvindo a 9ª de Beethoven.


amigo inconveniente

quinta-feira, 5 de maio de 2011

O Mundo se Tornou um Lugar Melhor

 - Você viu? O Bin Laden morreu!
- Quem?
- O Bin Laden, aquele que jogou os aviões naqueles prediões lá de Nova Iorque.
- O exército americano matou ele.
- Matou?
- Matou.
- Hum!!!
                                                                                                 
amigo inconveniente

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Para Você

Algum tempo já se passou e você não me deu notícias.
No início a expectativa era grande. A ansiedade quase me consumia.
Mas, hoje, às vezes vem você à minha lembrança.
Nesses momentos a curiosidade me toma:
Por onde andará você?
Estará você ainda viva?


Interessante avaliar como o tempo age.
De início, parecia que não suportaria.
Como sofri!
Então, os dias foram passando, tornando-se meses, anos.
Hoje, em momentos como este em que a lembrança me traz você,
Curiosidade é o que sinto.

O tempo é o melhor remédio!
É o que dizem.
O tempo, associado à distância, somado à ausência,
É o que funciona.
Há aqueles que falam sobre uma tal ausência presente.
Aí, não adianta tempo, distância, nada.

A ausência presente é a condenação à pena perpétua.
Para esses, o tempo não existe.
E se não existe o tempo,
Não existe o ser.
Àqueles condenados a esta pena,
Resta apenas a morte física.

Surpreendo-me com esses meus devaneios.
Somente quando a lembrança me traz você,
Eles me ocorrem.
E eu fico assim:
“Meio babaca”.
“Meio idiota”.

Aí, eu escrevo o que me vem à cabeça.
Talvez na esperança que você algum dia leia
E, quem sabe, mande notícias.


                                                                            renato duran