sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Era uma vez um coelhinho

Em um mundo bem distante
Mas tão distante, que só o pensamento pode alcançar
Eis que surgiu um coelhinho
Peludo, feliz e alegre
Pelos campos a saltitar.

E o coelhinho estava sozinho.

Depois de algum tempo
Sentiu-se solitário
A alegria foi embora
E a tristeza logo chegou.





Ainda embriagado pelo sono
Surgiu um vulto em sua frente
Aquele vulto lhe perguntou o que faltava para sua alegria voltar
E o coelhinho então disse:
Não sei, talvez, com quem brincar.

Depois daquele momento
O coelhinho refletiu
Concluiu que era loucura
Aquele diálogo, nunca existiu.

Continuou em sua tristeza
A saltitar pelos campos
Porém a noite chegou
E o sono o dominou.

Sentiu então o coelhinho
Como que algo a lhe cortar
E do seu lado esquerdo
Alguma coisa retirar.

Mas a canseira era tanta
Que somente no outro dia foi acordar
Então viu ao seu lado
Um outro coelhinho a saltitar.

Saíram então os dois pelos campos a passear.
E ele sempre a observar:
O outro coelhinho era diferente
Parecia flutuar.

A alegria logo retornou
E os coelhinhos a brincar
Então eis que surgiu uma voz
E começou a asseverar.

De tudo que aqui está
Vocês podem utilizar
Só não comam daquelas cenouras
Que estão a se multiplicar.

E os dias foram passando
E os dois sempre a brincar
Mas como nada é perfeito
A tristeza começou a voltar.

Então o outro coelhinho determinou:
Vamos comer as cenouras!

O primeiro ficou atônito
Não sabia o que falar
E nesse impasse
O outro começou a devorar.

Sem saber bem o porquê
O primeiro também começou a comer.

Depois de saciados
Sequer podiam se mover
Tiraram então uma soneca
Pra um novo alvorecer.

Acordaram então os dois
Depois de um longo adormecer
Olharam-se nos olhos
E aí puderam ver.

Logo aquela voz surgiu:
O que é que você fez?
Desvirtuou minha obra-prima
Agora, está por conta de vocês!

Aí os coelhinhos
Foram expulsos daquele lugar
Começaram então
A se multiplicar.

E aquele mundo
Onde só havia um coelhinho
Começou a aumentar
Logo eram muitos, àquele mundo povoar.

Percebeu-se que as regras
Nem sempre são pra ajudar
Fórmulas, rimas e campos floridos
Podem e vão nos limitar.

amigo inconveniente 

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