domingo, 3 de julho de 2011

Devaneios às 5 da Manhã


Sempre o tempo
Com sua inexorável arbitrariedade
Impondo seu limite
Os segundos que não param.

O que são horas
Senão as somas dos segundos
Resumindo a vida
Ao tique-taque em meu pulso.

A frustração de ser mortal
De tudo ter um início e
Um fim
O nascimento, a morte.

A alegria
E a dor irreparável
O contraponto sempre injusto
A dualidade desnecessária.

Porque não eternizar os momentos?
Porque não amar eternamente?
Porque não dizer não à morte?
Porque não viver pra sempre?

A eternidade de um momento
O chamado da realidade
O que é real?
E o que não é?

Dormir. Acordar
E o acordar realmente o é?
Acordar pra quê?
O renascimento sempre doloroso.

A realidade sempre nos chamando
Limitando-nos a seus horários
Não quero mais isso
Quero a liberdade de não ser.

Quero a liberdade de eternizar esse momento
Quero a liberdade de esquecer quem sou
Quero a liberdade de viver
Quero a liberdade de amar.

Amar cada segundo de minha vida
Amar o não e amar o sim
Amar a paz e amar a guerra
Amar a vida e amar a morte.

Amar todos os momentos
Amar tudo que essa minha vida insignificante
Me dá
Amar a mim.

Entre um gole e outro
Os pensamentos vão
E voltam
E eu aqui ouvindo a 9ª de Beethoven.


amigo inconveniente

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